3 de out. de 2013

DUSTY KID E SEU TECHNO SOMBRIO NO NOVO ÁLBUM III

A Sardenha fica no Mar Mediterrâneo ocidental. Região autônoma da Itália, a ilha é conhecida por suas praias de águas azuladas e dias ensolarados durante a maior parte do ano. É inspirado na paisagem paradisíaca de sua terra natal que Paolo Alberto Lodde, mais conhecido como Dusty Kid (foto), cria suas tracks que vem lhe dando fama nas pistas do mundo.

Um dos grandes nomes do techno, Dusty Kid é um exemplo de talento precoce. Aos 4 anos já tinha decidido que queria ser músico. Aos 10, encarou aulas de piano e violino durante um ano. Mas, logo trocou a sisuda música clássica pela eletrônica e aprendeu a usar synths, samplers e sequencers. Aos 18, quando a maioria dos jovens já está nas baladas, ele lançou seu primeiro single I Found A Reason pelo label britânico Lowered Recordings.

Desde então, o currículo de Dusty Kid foi ficando extenso. Ele já lançou uma porção de tracks, EPs e discos, além de tocar o projeto Duoteque em parceria com Andrea Ferlin. Em sua carreira também constam hits como America, Argia e Kore. Os tops da cena gringa também já se renderam ao talento de Dusty Kid. Tanto que ele já assinou remixes pra Moby, Booka Shade, Pet Shop Boys, Frankie Knuckles e Robbie Rivera.

Nesta temporada, Dusty Kid celebra seus 10 anos de carreira com o álbum duplo III, que traz 20 tracks, lançado em esquema independente. Pra agradecer o apoio dos fãs durante esses 10 anos, ele liberou o download na faixa do disco . Pra falar mais do álbum, Electro M.A.G. levou um papo com Dusty Kid:

Electro M.A.G.: Desde o início do processo de criação, você idealizou III como um álbum conceitual?
Dusty Kid: Eu sempre quis fazer um álbum duplo com uma atmosfera bem sombria. É uma longa jornada que o público pode escutar com fones de ouvido e vendo um filme ao mesmo tempo, no qual todas as tracks se juntam, como se fossem tijolos numa parede. Se você tirar um dos tijolos, a parede não fica mais estável. E se tirar vários tijolos, você acaba quebrando muro.

Electro M.A.G.: Em seu trabalho você traz influências das suas raízes italianas?
Dusty Kid: Minha única raiz que considero italiana é meu amor pela culinária. Na verdade, nem é raiz italiana, pois sou da Sardenha, uma ilha que é geograficamente distante da Itália, mas que faz parte do país. A Sardenha tem raízes e tradições bem diferentes, bem como a língua, apesar de a principal ser o italiano. A única coisa que a Sardenha tem em comum com o resto da Itália é, infelizmente, o governo!

Electro M.A.G.: Por que III tem essa vibe tão sombria e bizarra? Esse era o sentimento que você tinha na época em que produziu o disco?
Dusty Kid: Quis explorar uma outra direção. Não queria fazer um disco que soasse igual aos anteriores, Raver's Diary e Beyond That Hill , que foram trabalhos criados com uma pegada mais pop. Apesar de você poder ver a luz no fim do túnel em III , no geral a vibe do disco é exatamente o que você vê na capa.

Electro M.A.G.: III tem várias tracks com uma cara cinematográfica. Essa característica é pra reforçar o clima sombrio do disco?
Dusty Kid: Sim. Acho que é muito fácil fazer música triste ou assustadora. Por outro lado, pode ser difícil aguentar 20 tracks com a mesma vibe. Mas, acredito que ao dar uma "história" pro público que funcione como uma espécie de guia pode tornar a audição do disco uma coisa mais interessante.

Electro M.A.G.: Por que resolveu lançar III em esquema independente, sem gravadora?
Dusty Kid: Quis oferecer o disco aos fãs como um presente pelo apoio que eles vêm me dando ao longo dos anos. E esse ano é particularmente especial pra mim, pois completo 10 anos de carreira desde o primeiro disco que lancei com o nome Dusty Kid.

Electro M.A.G.: Você já vem tocando as tracks de III em seus sets e live? Como está sendo a reação da galera?
Dusty Kid: Sim, andei testando as tracks do disco durante o ano passado, e confesso que as reações são sempre diferentes, e nem sempre incríveis. Acredito que é pelo fato de as pessoas ainda não conhecerem as músicas, pois elas esperam que eu toque minhas tracks mais conhecidas. Acho também que é pelo fato de eu geralmente fazer mais live do que DJ sets.

Electro M.A.G.: Quando o público brasuca vai poder te ver tocando de novo aqui?
Dusty Kid: Espero voltar logo ao Brasil. São Paulo é uma das minhas cidades favoritas. Tenho vários amigos aí. Adoro a galera brasileira e a comida!

Electro M.A.G.: O Brasil é bem tropical e ensolarado, características completamente diferentes da vibe do techno. Apesar disso, você sente que tem uma legião fiel de fãs no país?
Dusty Kid: Bom, considerando que venho de uma ilha onde faz sol em 300 dias do ano e que minha música é profundamente inspirada pelo clima e pela vibe de lá, acho que se o techno combina bem com a Sardenha, então combina bem também com o Brasil.

Electro M.A.G.: O que você acha do sucesso que a EDM vem fazendo nos Estados Unidos? Nessa onda toda, acredita que tem espaço pro techno também estourar por lá?
Dusty Kid: Não sei. EDM é um fenômeno muito estranho pros EUA. Música eletrônica nunca fez grande sucesso por lá e é muito estranho, levando em conta que tanto house quanto techno são gêneros que nasceram lá. EDM é um genêro que pode ser considerado pop hoje em dia, mas que não tem nada a ver com a verdadeira cena de techno, que é aquela que não é de estádios e arenas. Essa explosão toda sempre fez parte do trance e mais recentemente da EDM. Bem, eu adoro música pop, mas nunca senti atração pela EDM. Eu me interesso mais pelo, digamos assim, pop verdadeiro e clássico.

INFORMAÇÕES:

http://www.dustykid.it/
https://www.facebook.com/DustylittleKid
https://soundcloud.com/dusty-kid-official


via: http://www.portalelectromag.com.br/magazine/portal_news.php?view=3181

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