
Um dos grandes nomes do techno, Dusty Kid é um exemplo de talento precoce. Aos 4 anos já tinha decidido que queria ser músico. Aos 10, encarou aulas de piano e violino durante um ano. Mas, logo trocou a sisuda música clássica pela eletrônica e aprendeu a usar synths, samplers e sequencers. Aos 18, quando a maioria dos jovens já está nas baladas, ele lançou seu primeiro single I Found A Reason pelo label britânico Lowered Recordings.
Desde então, o currículo de Dusty Kid foi ficando extenso. Ele já lançou uma porção de tracks, EPs e discos, além de tocar o projeto Duoteque em parceria com Andrea Ferlin. Em sua carreira também constam hits como America, Argia e Kore. Os tops da cena gringa também já se renderam ao talento de Dusty Kid. Tanto que ele já assinou remixes pra Moby, Booka Shade, Pet Shop Boys, Frankie Knuckles e Robbie Rivera.
Nesta temporada, Dusty Kid celebra seus 10 anos de carreira com o álbum duplo III, que traz 20 tracks, lançado em esquema independente. Pra agradecer o apoio dos fãs durante esses 10 anos, ele liberou o download na faixa do disco . Pra falar mais do álbum, Electro M.A.G. levou um papo com Dusty Kid:
Electro M.A.G.: Desde o início do processo de criação, você idealizou III como um álbum conceitual?
Dusty Kid: Eu sempre quis fazer um álbum duplo com uma atmosfera bem sombria. É uma longa jornada que o público pode escutar com fones de ouvido e vendo um filme ao mesmo tempo, no qual todas as tracks se juntam, como se fossem tijolos numa parede. Se você tirar um dos tijolos, a parede não fica mais estável. E se tirar vários tijolos, você acaba quebrando muro.
Electro M.A.G.: Em seu trabalho você traz influências das suas raízes italianas?
Dusty Kid: Minha única raiz que considero italiana é meu amor pela culinária. Na verdade, nem é raiz italiana, pois sou da Sardenha, uma ilha que é geograficamente distante da Itália, mas que faz parte do país. A Sardenha tem raízes e tradições bem diferentes, bem como a língua, apesar de a principal ser o italiano. A única coisa que a Sardenha tem em comum com o resto da Itália é, infelizmente, o governo!
Electro M.A.G.: Por que III tem essa vibe tão sombria e bizarra? Esse era o sentimento que você tinha na época em que produziu o disco?
Dusty Kid: Quis explorar uma outra direção. Não queria fazer um disco que soasse igual aos anteriores, Raver's Diary e Beyond That Hill , que foram trabalhos criados com uma pegada mais pop. Apesar de você poder ver a luz no fim do túnel em III , no geral a vibe do disco é exatamente o que você vê na capa.
Electro M.A.G.: III tem várias tracks com uma cara cinematográfica. Essa característica é pra reforçar o clima sombrio do disco?
Dusty Kid: Sim. Acho que é muito fácil fazer música triste ou assustadora. Por outro lado, pode ser difícil aguentar 20 tracks com a mesma vibe. Mas, acredito que ao dar uma "história" pro público que funcione como uma espécie de guia pode tornar a audição do disco uma coisa mais interessante.
Electro M.A.G.: Por que resolveu lançar III em esquema independente, sem gravadora?
Dusty Kid: Quis oferecer o disco aos fãs como um presente pelo apoio que eles vêm me dando ao longo dos anos. E esse ano é particularmente especial pra mim, pois completo 10 anos de carreira desde o primeiro disco que lancei com o nome Dusty Kid.
Electro M.A.G.: Você já vem tocando as tracks de III em seus sets e live? Como está sendo a reação da galera?
Dusty Kid: Sim, andei testando as tracks do disco durante o ano passado, e confesso que as reações são sempre diferentes, e nem sempre incríveis. Acredito que é pelo fato de as pessoas ainda não conhecerem as músicas, pois elas esperam que eu toque minhas tracks mais conhecidas. Acho também que é pelo fato de eu geralmente fazer mais live do que DJ sets.
Electro M.A.G.: Quando o público brasuca vai poder te ver tocando de novo aqui?
Dusty Kid: Espero voltar logo ao Brasil. São Paulo é uma das minhas cidades favoritas. Tenho vários amigos aí. Adoro a galera brasileira e a comida!
Electro M.A.G.: O Brasil é bem tropical e ensolarado, características completamente diferentes da vibe do techno. Apesar disso, você sente que tem uma legião fiel de fãs no país?
Dusty Kid: Bom, considerando que venho de uma ilha onde faz sol em 300 dias do ano e que minha música é profundamente inspirada pelo clima e pela vibe de lá, acho que se o techno combina bem com a Sardenha, então combina bem também com o Brasil.
Electro M.A.G.: O que você acha do sucesso que a EDM vem fazendo nos Estados Unidos? Nessa onda toda, acredita que tem espaço pro techno também estourar por lá?
Dusty Kid: Não sei. EDM é um fenômeno muito estranho pros EUA. Música eletrônica nunca fez grande sucesso por lá e é muito estranho, levando em conta que tanto house quanto techno são gêneros que nasceram lá. EDM é um genêro que pode ser considerado pop hoje em dia, mas que não tem nada a ver com a verdadeira cena de techno, que é aquela que não é de estádios e arenas. Essa explosão toda sempre fez parte do trance e mais recentemente da EDM. Bem, eu adoro música pop, mas nunca senti atração pela EDM. Eu me interesso mais pelo, digamos assim, pop verdadeiro e clássico.
INFORMAÇÕES:
http://www.dustykid.it/
https://www.facebook.com/DustylittleKid
https://soundcloud.com/dusty-kid-official
via: http://www.portalelectromag.com.br/magazine/portal_news.php?view=3181
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