Em 2014, chegou a nós, terráqueos, que o cometa Rosetta estava “cantando uma música” na forma de oscilações em seu campo magnético. Agora o astronômo turco Burak Ulaş, do Planetário Turk College, na Turquia, trouxe mais elementos para a sinfonia espacial: ele elaborou um dueto entre um pianista e uma estrela.
Em um artigo da Arvix, que recebeu destaque no MIT Technology Review, Ulaş descreve a geração de acordes musicais provenientes das frequências de oscilação de uma estrela distante em nossa galáxia apelidada de Y Cam A.
Para compor a música estelar, Ulaş define “três parâmetros de transformações sem dimensão (frequência relativa, ausência de ruído e início de valores de tempo) de modo a gerar um acorde musical das oscilações estelares”. Ele usou o software de áudio Audacity para transformar as vibrações da Y Cam A (que são como uma onda feita de quatro frequências sinodais) em tons sonoros audíveis. Ele combinou os ruídos de outro mundo com uma melodia no piano, gravada separadamente, por meio do editor de áudio digital GoldWave.
Na imagem do topo, as duas pautas superiores mostram a peça do pianista enquanto as debaixo evidenciam a notação bizarra dos segmentos da estrela na música. Ulaş escreveu que esse tipo de notação foi escolhida “por causa da impossibilidade de exibir a segunda, terceira e quarta frequências dos acordes gerados na pauta da clave de sol”.
Uma vibração estelar é causada por “estremecimentos estelares” – ondas sísmicas que se propagam por meio da estrela e promovem a emissão de luz. Os astrônomos usam a astrosismologia para estudar as vibrações para compreender melhor a estrutura e o comportamento das estrelas. Enquanto trabalhava nisso, Ulaş também encontrou paralelos entre as ondas sísmicas de uma estrela e a forma com que os acordes são gerados nos instrumentos musicais.
“Um acorde é um conjunto de ondas de som, com minhas frequências emergidas simultaneamente de um instrumento musical”, ele escreve. De modo similar, afirma Ulas, é possível determinar “uma onda que contém muitas senoides como variações com certas frequências e amplitudes” por meio da análise da luz que emerge de uma estrela.
Insights sobre esses paralelos inspiraram as primeiras tentativas de remix com piano e estrela. No futuro, o astrônomo turco afirma que espera usar uma variedade de instrumentos musicais e estrelas vibrantes para criar ambientes sonoros ricos e orquestrais para o público.
Matéria original: MOTHERBOARD
Nenhum comentário:
Postar um comentário