
Mas não é somente por todo este carnaval que a cena eletrônica volta seus olhos ao trabalho do inglês Orlando Higginbottom. Por trás do pitoresco, há um artista que nos apresenta um som aparentemente simples, dançante e que, por mais estranho que pareça, é carregado por melodias e vocais melancólicos.
Desde seu primeiro EP, em 2009 pelo selo Greco-Roman, TEED tem lançado excelentes músicas e ótimos remixes (destaque para o remix da Space Ballad do Fur Coat, pela Crosstown Rebels). Não há um estilo definido para sua sonoridade. No Beatport, a nomenclatura vai desde electro-house a indie dance. Num breve documentário feito pela Channel 4, Orlando limitou-se a dizer que o que ele faz é Dance Music. Num período em que os produtores cada vez mais se exaltam com a proteção da honra e da pureza de determinados estilos musicais, o recado que fica é que isso não deve ser levado muito a sério.
O album de estreia do TEED, lançado nesse mês, chama-se Trouble. O trabalho traz uma série de músicas já conhecidas pelos fãs, como Garden, Household Goods e a própria Trouble.

A música seguinte, que dá nome ao Album, é Trouble. Detalhe para o clip e os eventos que acontecem a partir dos 02:49min.
As duas músicas que seguem são Shimmer e Household Goods. Shimmer é um som viajante por excelência, bela linha de baixo e synths inquietos.
O destaque de Household Goods são seus gratuitos baixos rasgados.
Your Love é a mais 'House' do album.
You Need Me on My Own chama mais atenção pela letra, que versa sobre aquela velha relação entre egoísmo, amor e infantilidade.
Panpipes poderia ser enquadrada como tech-house-bobo-alegre. Mas aí vem os breaks e eles dão risadas da sua preocupação com nomenclaturas.
Garden, talvez a música mais famosa do TEED, foi a primeira música que ouvi do projeto, no começo do ano passado. O refrão é pegajoso e a melodia sensacional.
Solo é um techno que lembra em alguns momentos aquele groove do Fotmat-B. Boa pedida para os clubs.
Tapes & Money segue a linha 'principal'do projeto' e já foi a minha track do mês em abril, quando do lançamento do EP.
American Dream Pt. II provavelmente seja a música mais 'pesada' do album, relembrando as tracks mais antigas do TEED, quando ainda não se utilizava de vocais e a coisa era bem simples e ignorante.
Das músicas inéditas, Closer é a que mais me agradou. Méritos para o fantástico jogo e sampleamento de vocais.
Na sequência, uma música que poderia fechar com chave de ouro o álbum, Fair.
Mas, talvez para não acabar com tudo na maior depre, temos Stronger.
Para quem comprou o Album no Beatport, há uma música extra. Blood Pressure é um drum 'n bass sempre presente nas apresentações do TEED.
Por fim, o veredicto é que Trouble trata-se de um belíssimo álbum, com excelentes músicas que carregam uma sonoridade caprichada e elegante. Orlando Higginbottom faz parte daquele grupo de produtores que nos faz respirar os bons ares da criatividade, apostando na musicalidade e na simplicidade, ao invés de um maximalismo sem sentido, evitando cair na repetitividade e na mesmice.
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