Dorivando - #001

Coluna escrita pelo DJ Doriva Rozek, faz a ponte entre o Brasil e o leste europeu, trazendo novidades e abordando temas que foram notícia para esta cena.

Olá, queridos leitores! Primeiramente gostaria de me apresentar: eu sou o Doriva Rozek, DJ agenciado pela D-Edge Agency, de São Paulo. Toco há pouco mais de 6 anos e sempre fui apaixonado por um termo que eu gosto de usar muito: “minimalização”. Desde os meus primórdios, nas pesquisas musicais, a pouca quantidade de elementos sempre me fascinou, pois o uso deles é usado de uma forma mais dinâmica e interessante. Mas o minimalismo é só uma das coisas que eu vou abordar nas minhas publicações. Hoje serei breve em alguns assuntos aos quais vocês poderão se inteirar lendo a minha coluna quinzenal.
Em algum lugar do leste europeu existe um país com pouco mais de 22 milhões de habitantes (segundo a Wikipédia) onde a música eletrônica de lá para mim ainda é um mistério a ser desbravado quase que diariamente. Eu falo da Romênia, país de origem de alguns artistas que vocês verão bastante por aqui, nesta coluna. Só para citar alguns dos mais conhecidos: Petre Inspirescu, Raresh, Rhadoo e rpr soundsystem (projeto formado pelos 3 artistas anteriores). Enfim, isso ainda é o raso, como disse, estes são os mais conhecidos, vamos logicamente nos aprofundar ainda mais nas entranhas romenas com o passar do tempo.
Outro nome que eu vou citar bastante aqui (e com razão, logicamente) é de um sul-americano criado na Alemanha. Ele que talvez seja o sustentáculo de artistas romenos, do próprio Minimal House e de todo um conceito que talvez de first time possa parecer um pouco estranho para vocês. Estou falando dele: Ricardo Villalobos. Este talvez seja uma grande unanimidade no meio musical que eu pesquiso, mas não quero me estender muito ao Ricardo agora, porque se for começar a falar, a história vai longe. Com o tempo ficará fácil entender o porquê ele é uma peça importante para todo esse meio.
Vou entrevistar alguns donos de selo, artistas, manangers, donos de festas - tanto da Europa, quanto da América do Sul - pessoas que fazem os mais diversos trabalhos em prol dessa vertente da música eletrônica. Mas também vou falar do desenvolvimento no Brasil, a cena de uma forma geral, artistas, eventos, tudo que vale a pena destacar, porque é por isso que nós trabalhamos.
Sem mais delongas, talvez esteja um pouco confuso as minhas ideias aqui. Por isso, vou lhes apresentar esse mix - abaixo. Quem já ouviu esse DJ Set sabe do que se trata. Quem ainda não ouviu, ouça agora! Pois de uma forma bem generalizada é a cultura que eu vou tentar passar com as minhas palavras aqui. Esse mix já tem 6 anos e é uma pérola, foi gravado no festival Mutek em Montreal, no Canadá. Richie Hawtin e Ricardo Villalobos em back 2 back por quase 4 horas. Eu sempre converso com amigos meus sobre esse set e é impressionante a qualidade tanto de mixagem (pelo menos na parte 1 onde ambos estão - talvez - um pouco mais sóbrios) quanto de repertório, sequência e condução. Quem viu este set ao vivo pode se auto afirmar um abençoado.

Essa é só uma das essências. Tem muitas outras ainda.
Bom, a partir daqui, eu serei mais informativo a respeito de acontecimentos mais importantes.

RMC Floripa

Esse fim de semana rolou o Rio Music Conference - Road Show, edição Florianópolis. Muitos temas foram debatidos, porém, eu não estive presente em todos eles. Mas me envolvi o suficiente para dizer que um evento como esse, em várias cidades do Brasil como ele acontece, é importante pelo simples fato de juntar pessoas de diferentes nichos musicais na mesma sala para debater sobre a mesma. Às vezes é difícil juntar o cara do mainstream com o cara mais cultural e nisso o RMC fez com muito êxito. Rolou ainda um showcase de DJs para quem quisesse acompanhar. Além de mim, grandes amigos como os DJs Ricardo Lin, Allen Rosa, Bruno Limma e Dee Bufato embalaram a trilha sonora da tarde e início da noite.

Nilla

Essa notícia passou batido por mim essa semana e acabei nem prestando atenção, mas me deixou mais ansioso do que nunca. A All Inn Records anunciou na segunda feira passada a criação da sua terceira sub-label batizada de Nilla. Pela descrição, será dedicada aos novos expoentes da música, lógico que sempre com a qualidade All Inn. Assim que o primeiro release sair eu passo aqui para vocês em primeira mão.

Arapu - 113 EP

Há alguns meses, eu comprei um disco de uma nova label francesa, de nome Crazyjack Records, onde o release da dupla romena Phrasis Veteris - autores do EP Actio - me agradou muito. Eu achei super fodástico. Já o novo release é, também, de um romeno, chamado Arapu. Conheci o trabalho dele esse ano ainda, ele já lançou uns discos bem fodas já. Dou destaque ao Slum e agora ao 113.
 

 

Para aqueles que já tem alguma noção do que é, recomendo a faixa 113 (Faster remix) que tem uma pegada bem druggy e viajante e, sem perder a pegada do set, também serve bem como faixa de transição. A 113 original, Traum e Outlaw, tem uma pegada bem mais pista e mesmo assim sem perder a atmosfera pesada. O 113 EP sai ainda neste mês de outubro e pela característica do primeiro lançamento da label, provavelmente só vai sair em vinil.
Bom, então, esta foi a minha primeira coluna. Espero que tenham gostado do conteúdo que eu irei passar aqui. Volto em 15 dias com mais novidades. E quem quiser manter contato, meu facebook é Doriva Rozek. Críticas e sugestões, lógico, serão sempre muito bem vindas.