Uma breve seleção de festas, baladas e artistas que
foram notícia neste ano - positiva e negativamente
ANTES DE LER, LEMBRE-SE DO ÓBVIO: nós não somos e nem
pretendemos ser donos da verdade absoluta. Tudo o que escrevemos são
textos opinativos baseados na vivência da nossa equipe de editores.
Posts polêmicos como o de hoje existem exatamente para acender o debate e
fazer mais pessoas declararem suas opiniões, concordando ou não
conosco.
Não temos nada contra nenhuma das marcas e artistas citadas no lado negativo do post, muito pelo contrário: tentamos fazer a crítica construtíva para que eles sejam motivo de discussão e, quem sabe, figurem no lado positivo em 2013.
Torcemos muito pelo sucesso de todas as 14 figuras citadas no post, elogiando ou criticando. (OK, não torcemos tantao assim pelo Guetta :P)
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O fim do ano é uma época muito peculiar, em que todos nós vivemos alguns eventos especiais. Estou falando de shoppings e lojas lotadíssimos, musiquinha da Simone rolando em todos os lugares, décimo-terceiro inteiro virando presente de natal, provas finais na faculdade...
OK, olhando por esse lado parece ruim, mas tem uma coisa que é muito legal em dezembro: retrospectivas. Há anos a Globo nos entrete com o tal Retrospectiva XXXX, o programa que passa dia 30/12 e revive os momentos relevantes do ano. Hoje em dia existem diversas outras opções mais rápidas e divertidas, como a retrospectiva do Google e do YouTube - e nós não poderíamos ficar sem a nossa.
Hoje começa uma série de posts que irá reviver o que rolou em 2012 na cena eletrônica.
O primeiro deles - este - faz um apanhado geral de destaques positivos e
negativos, em 7 categorias diferentes. Lembrando que é uma análise
pessoal, isenta de qualquer responsabilidade de ser a próxima verdade
absoluta do mundo.







Não temos nada contra nenhuma das marcas e artistas citadas no lado negativo do post, muito pelo contrário: tentamos fazer a crítica construtíva para que eles sejam motivo de discussão e, quem sabe, figurem no lado positivo em 2013.
Torcemos muito pelo sucesso de todas as 14 figuras citadas no post, elogiando ou criticando. (OK, não torcemos tantao assim pelo Guetta :P)
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O fim do ano é uma época muito peculiar, em que todos nós vivemos alguns eventos especiais. Estou falando de shoppings e lojas lotadíssimos, musiquinha da Simone rolando em todos os lugares, décimo-terceiro inteiro virando presente de natal, provas finais na faculdade...
OK, olhando por esse lado parece ruim, mas tem uma coisa que é muito legal em dezembro: retrospectivas. Há anos a Globo nos entrete com o tal Retrospectiva XXXX, o programa que passa dia 30/12 e revive os momentos relevantes do ano. Hoje em dia existem diversas outras opções mais rápidas e divertidas, como a retrospectiva do Google e do YouTube - e nós não poderíamos ficar sem a nossa.

Festival


Em alta: Tribaltech - The End
E depois de 2 anos com desconfiança do público, a Tribaltech
finalmente provou seu valor. A edição final da marca cumpriu
perfeitamente seu papel de ser o "gran finale": uma festa com tudo nos
conformes, apresentações épicas para todos os palcos e um clima
excelente. O público foi unânime nos elogios pós-festa, e o nosso review
foi um dos posts mais comentados do ano. Que venha 2013, com todas as
novidades que a T2 Eventos deverá nos trazer para substituir a TT!
Em baixa: XXXperience 16 Anos
A festa em si foi muito boa. O line-up estava condizente
com a proposta, os DJs se apresentaram bem no geral, a estrutura e o
sound system estavam bons, porém… A data foi péssima.
Fazer uma festa no domingo e na segunda de um feriado que só existe em
algumas cidades não é uma boa idéia, agora, isso acontecer com um evento
que já estava marcado para outra data, foi praticamente um chamado pela
revolta popular. As pessoas reclamaram muito nas redes sociais, muitos
moradores de cidades que não tinham o feriado devolveram seus ingressos e
isso tudo refletiu no evento, que foi um fracasso de público. Uma pena,
mas esperamos que tenha servido de lição para o evento, que agora
pertence à GEO (produtora do Lollapalooza, ligada às Organizações Globo)
e deve retornar em 2013 com força total.
Club


Em alta: Clash Club
O Clash poderia estar no bloco de baixo se não fosse uma revolução no finalzinho do ano.
Depois de anos preso a uma mesma proposta já batida, o Clash fez uma
reviravolta na sua curadoria artística e passou a fazer algumas apostas
ousadíssimas. Trouxe a primeira festa de grande porte de dubstep (com
Nero) e hardstyle (com Headhunterz e Wildstylez), dois estilos que estão
em alta no exterior e são praticamente inexistentes no Brasil. Além de
praticamente criarem esta nova cena, mantiveram-se fiéis ao techno que
os consagrou, tendo realizado o Circuito com Marco Carola e contratado
Glen como residente da casa. Tudo indica que ele deverá ser a casa das
grandes festas paulistanas de 2013!
Em baixa: Warung Beach Club
O Warung é o chamado templo da música eletrônica.
Tanto sua ambientação como sua curadoria artística visionária sempre
contribuiram para isto, porém, em 2012 pouco se viu nesse sentido. Já há
algum tempo, o Warung vem dando as costas para a diversidade artística
que o consagrou, para focar apenas em deep house (e alguns seletos
artistas de techno). A casa, que ao longo dos seus 10 anos recebeu desde
Rica Amaral até DJ Marky, passando por D-Nox & Beckers, Deep Dish,
Richie Hawtin, Layo & Bushwacka e Booka Shade, se prendeu a uma
mesma panelinha de artistas durante o ano todo, repetindo figurinhas
carimbadas tanto no âmbito dos headliners, como nos artistas do line-up
de apoio. Não que estes DJs sejam ruins, mas está faltando diversidade.
Para 2013 já vemos uma melhora no cenário, com a confirmação de Magda,
Matador e Richie Hawtin para este verão, sem contar a já realizada festa
com Sasha. Esperamos que o templo volte a ter olhos para outros nichos
da música eletronica.
DJ Nacional


Em alta: Felguk
É controverso, mas não adianta: os cariocas são os
brasileiros do momento. Além de manterem-se no Top 100 da DJ Mag, eles
tocaram no Tomorrowland e no Burning Man,
produziram a trilha oficial do Electric Daisy Carnival e lançaram
diversas tracks com relevância global. Sem dúvidas, um ano de ouro para
Felipe e Gustavo.
Em baixa: Gabe
Gabriel Serrasqueiro é um dos mais talentosos produtores
do Brasil. Já foi 55º no Top 100 da DJ Mag tocando psytrance sob a
alcunha Wrecked Machines, ganhou as multidões ao lado
de Riktam (GMS) tocando como Growling Machines, foi um dos poucos
ex-psyzeros a lançar um projeto techno de qualidade (vide Sonar Room e Fidelidade) e deu uma grande tacada ao adicionar brasilidade à música eletrônica sem parecer manjado, com Tudo Vem.
Porém, parou por aí. Desde 2011 ele embarcou em uma viagem
deep/nu-disco e perdeu os fãs. O cara que antes era certeza de festa
cheia hoje malmente coloca 400 pessoas em um club - acabou virando
line-up de apoio para estrangeiros. Nomes que antigamente se espelhavam
nele, como Victor Ruiz e Glitter, hoje possuem muito mais prestígio
perante o público. Uma pena.
DJ internacional


Em alta: Richie Hawtin
Esta talvez tenha sido a seleção mais difícil, mas foi o trabalho feito fora dos palcos que
garantiu a Hawtin o título. Além de ser um excelente DJ, dono de mais
de 20 anos de história e toda uma legião de fãs, Hawtin fez muito pela
música. Começou com o lançamento da sua festa no Space Ibiza: toda quinta-feira a ENTER.
misturou techno, saquê e diversão para o público do club #1 do mundo. A
festa foi o palco de consolidação para alguns pupilos da Minus, como
Matador, Hobo e Click Box, e passou a ser objeto de desejo do resto do
mundo quando assinou um palco no Creamfields Buenos Aires e mostrou que a
marca será itinerante. Não suficiente, o inglês-canadense lançou a tour
CNTRL: Beyond EDM, que rodou os EUA e o Canadá por 1 mês levando a cultura eletrônica para universitários do país e lhe rendeu a chave da sua "cidade-natal", entregues pelo próprio prefeito. Impossível alguém ter feito mais pela música eletrônica em 2012 do que ele.
Em baixa: Swedish House Mafia
Uma ótima tacada de marketing e um favor para a música: esta é a melhor forma de classificar o fim da carreira do trio sueco.
Depois de ganhar uma multidão leiga parecida com os fãs do David
Guetta, o SHM começou a virar motivo de chacota entre os adoradores da
tal "EDM séria". Sempre que era necessária uma referência para música
eletrônica vazia, eles eram utilizados da mesma forma que se utiliza
Guetta, e o video denunciando o dead act de Steve Angello foi a cereja
do bolo. Terminar a carreira foi certeiro pois além de sairem de cena
antes da decadência, ainda foi possível super-faturar os últimos shows.
Em março de 2013 o UMF Miami irá hospedar o último show de Steve
Angello, Sebastian Ingrosso e Axwell juntos, que devem seguir em
carreira solo e voltar a serem DJs comuns de house.
Apresentação


Para ser lembrada: Justice no Sónar
O Sónar se classifica como um festival de "música
eletrônica avançada" não de forma prepotente, e sim de forma a mostrar
que cada artista do seu line-up deve ter algo bem inovador para
apresentar. Por isso estavam lá os graves e vocais de James Blake, o
moombahton de Munchi, o audiovisual 3D de Kraftwerk, o som
inclassificável de Totally Enormous Extinct Dinosaurs, o techno inovador
de Modeselektor. Mesmo com este time de primeira, o live de Justice
foi considerado o melhor show do evento pela mídia especializada,
graças ao seu palco e ao som futurista. Com certeza uma apresentação que
ficará na história da cena nacional, e que deve ter influenciado muitos
artistas que deverão surgir nos próximos anos.
Para ser esquecida: Justice no Dream Valley
Seis meses se passaram e os mesmos franceses
protagonizaram a maior vergonha do ano no país. Provavelmente
impressionados pelo feedback do live no Sónar, o pessoal do Dream Valley
resolveu contratá-los para tocar no segundo dia do evento, depois de
Zedd e antes de David Guetta. Para completar, contraram o DJ Set, e não o
Live. O resultado foi lastimável: o publico do evento, que curte big
room, electro house e sons de fácil digestão e grande euforia, não
compreendeu o house francês e cabeçudo da dupla. Além de ser um som
totalmente fora de contexto, o set foi realmente mal construído, o que
resultou em algumas vaias para eles.
Falácia na mídia


O pau-na-mesa: Deadmau5
Podemos dizer que Joel Zimmermann é o troll de internet
mais famoso do mundo. Seu nome provém do IRC, rede famosa nos anos 90
que hoje é sinônimo de saudosismo entre nerds e geeks, seus clipes e até
mesmo músicas fazem referência ao mundo virtual, e ele não economiza
palavras na hora de falar o que pensa. Uma das polêmicas mais notáveis
foi quando ele criticou Madonna pela grande apologia às
drogas, presentes no título do seu último álbum (MDNA) e em um show no
qual ela perguntou ao público se eles já conheciam Molly (um apelido
para o MD). Porém, ele não ficou só no mundo pop, tendo tido discussões
com DJ Sneak, além da sua afirmação de que sim, ele e a
maioria dos "melhores DJs do mundo" não são DJs e só apertam o play
mesmo, e que a mágica ele faz em estúdio. Isso para não mencionar sua
campanha pedindo votos para o Meowingtons (seu gato de estimação) para o
Top 100 da DJ Mag. Com certeza foi um dos que mais recebeu votos, mas
obviamente a revista invalidou todos eles.
O babaca: David Guetta
Primeiro, o francês dá uma declaração mal-construída indicando que vai encerrar a carreira.
Depois justifica, dizendo que é só um projeto paralelo focado no
underground (que pouco fez até o momento). Não bastassem essas falácias,
sua atitude nos bastidores dos shows brasileiros mostraram o quão
babaca é o ex #1 do mundo. A lista normal de exigências de Steve Aoki já
causou polêmica, mas se a de Guetta vazasse com certeza ia ser muito
mais impactante. Desde coisas como 2 SUVs blindados para transportar ele
e sua equipe até o evento, passando por camarim exclusivo (ele não se
mistura não com os "amigos" top DJs como Zedd e Hardwell), evacuação da
sala de imprensa para o momento da sua chegada e culminando na total
proibição de captação de fotos e videos durante seu show (exceto nas
músicas 3, 4 e 5) só mostram quão mal o pop-americano Billboard fez para
a humildade do cidadão. Os mesmos eventos receberam o outro top
mainstream Armin van Buuren, que deu um show de simpatia e humildade, só
para efeitos comparativos. Shame on you, David!
Psytrance


Em alta: progressivo
Entre 2005 e 2007 o psytrance foi a moda maior em se
tratando de música eletrônica, mas a onda passou e ele viveu alguns anos
difíceis na sequência. Vários artistas migraram para techno ou house
(ou "low BPM", como gostam de chamar), e os poucos que sobraram sofriam
para conseguir gigs. Foi aí que uma das vertentes do psy se sobressaiu e
garantiu a vida do estilo: o progressivo. Seja pelo lado off-beat com
Neelix e Day Din, pelo lado introspectivo com Ace Ventura e Ritmo ou
pelo lado dark com Grouch e Shadow FX, o prog cresceu assustadoramente e
hoje é maior que o full on, sendo a principal referência de psy para o
mundo. Alguns artistas que não migraram para o techno/house, acabaram se
rendendo ao prog, como X-Noize (Major7) e Pixel.
Em baixa: full on mainstream
Apesar do grande crescimento do prog, o full on não deixou
de existir, e a prova disso foi a Tribaltech e a Playground de Curitiba
deste ano. Enquanto a TT investiu pesado no underground do full on, com
nomes como Avalon, Killerwatts, Tetrameth, a Playground apostou nos
medalhões Skazi, Astrix e Sesto Sento. E contra todas as apostas, o
primeiro time venceu. O Psy Stage ficou lotado a festa toda e esses
artistas foram muito elogiados na sequência, enquanto que os antigos
ídolos foram criticados pela mesmice apresentada, sendo elogiados apenas
pelo fator nostálgico dos seus sets. Até mesmo o Krome Angels, único
pop "infiltrado" na TT, decepcionou os fãs. Aparentemente, o público
leigo saiu da cena psy, ficando apenas pessoas que compreendem a música e
valorizam quem a faz direito.
vi no: http://www.psicodelia.org/
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